segunda-feira, 24 de junho de 2013

PROCURA-SE: MESTRES CANOEIROS CAIÇARAS

Prezados amigos da Canoa Caiçara, após a última resolução do IPHAN que julgou pertinente o requerimento do pedido de registro da Canoa Caiçara como Bem Cultural Imaterial do Brasil, inicia-se uma nova fase, talvez mais complicada, na qual será necessário principalmente inventariar os Mestres Canoeiros Caiçaras dos litorais sul fluminense, paulista e norte paranaense, ainda em atividade.
O Território Caiçara, abrange toda a região costeira desde a Baía de Angra dos Reis no Rio de Janeiro até Paranaguá no Paraná e é principalmente dentro desse território que se insere a Cultura Caiçara.
mapa: Diegues (2005) Enc. Caiçara Vol. IV, pag. 320.

Ainda dentro desse Território será preciso identificar as semelhanças das técnicas construtivas dos Mestres, principalmente da técnica de "bater linha", utilizada para marcar o tronco com um barbante embebido com carvão em pó e água, definindo assim as linhas da Canoa Caiçara em suas etapas de construção.
Essas linhas, que são em torno de 25, são a base de um entalhe perfeito da Canoa Caiçara.
Assim, dentro em breve, será feito um esforço para localizar, identificar e mapear estes últimos Mestres Canoeiros a fim de instruir o processo de registro da Canoa Caiçara.
Todos que puderem colaborar, principalmente com informações do litoral sul paulista e norte paranaense, que são os menos estudados, serão de fundamental importância nesse processo de resgate.
foto: facebook - Revelando São Paulo, Vale do Ribeira - Jaire e Mumuna
    

11 comentários:

  1. Marujada boa tarde. Segue contribuição do Circuito Tambor.

    Na região de Cananeia, há alguns nomes importantes que não podem ser esquecidos:
    No Ariri (Procurar pelo Sr. Paulinho da Padaria), encontrarão:
    Sr. Izidoro,
    Sr. Zé Pereira,
    Sr. Benvindo,
    Sr. Eurides,
    Sr. Alberto Cordeiro,
    Sr. Reginaldo (café),
    Sr. Rafael (pai do café).

    Na vila do Abacateiro, mais ao sul.:
    Sr. Leonildo
    Sr. Aguinaldo.

    Tenho visto um movimento pelo norte e devem haver outros bons mestres canoeiros por Ubatuba e Caraguatatuba e mais ao Sul.
    Costa da Lagoa deve ter importante contribuição também.
    Com este mesmo propósito fui até o ES (jun 13) e em Vitória, mas infelizmente nada achei. Alguém sugeriu procurar em Vila Velha, mas acredito não valer o esforço.
    Nestes próximos dias vou ao Rio de Janeiro (também em caráter de pesquisa)se achar algo em Parati, Trindade e região volto a avisar.
    Iguape ainda tem canoas, mas não conheço seus fabricantes, será necessário perguntar, faço isso na próxima ronda cultural do Projeto Circuito Tambor, o mesmo no lado leste da ilha Comprida (área entre boqueirão sul e entrada de Pedrinhas.
    Notei que há um seguimento de canoas cargueiras em Fibra, o que acredito sai do objetivo de seu acervo.
    Os Mestres Canoeiros da região de Trincheira (as mais longas canoas da região - canoas com mastreação e enora mais elaborada) e que eram responsáveis pelo trabalho de correspondência entre Cananeia, Iguape e Marujá desapareceram e a tempos estou tentando contato com suas famílias. Vamos abordar o Capitão Laudelino que está morando em São Paulo, talves tenha mais informações.
    No porto Cubatão em Cananeia, achei um rancho com canos feitas por Heleno (se mudou para Paraná), Até o momento consegui registrar apenas uma canoa na Capitania dos Portos de SP(também feita por mestre Heleno que não sei se está vivo (embarcação Tambor II).
    Gostaria de ajuda na próxima abordagem a industrias madeireira e de celulose e papel para facilitar doação de material para estes mestres darem aula a nova geração, já fiz algumas tentativas mas nenhuma resposta recebi.

    Continuamos de olho.
    Eduardo Manoel
    Arquiteto e Urbanista
    Projeto Circuito Tambor.

    "... o mar cura todas as coisas - nhanhá Tambor..."

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    1. Viva! Mas que beleza! Sr. Eduardo que preciosa contribuição. Estamos ainda aguardando contato oficial do Iphan para iniciar esse inventário, mas como esse processo pode demorar, nós junto com o Prof. Diegues do Nupaub-USP já estamos iniciando essa pesquisa.
      E pelo visto já ganhamos um grande aliado. Muitíssimo obrigado e com certeza manteremos contato. Att. Peter.

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  2. Peter, meus antigos diziam que "...navegando juntos chegamos a qualquer lugar..."
    Fico a disposição e muito contente de saber que ali logo mais ao norte e ao sul, há pessoas apaixonadas pelo tema.

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  3. Peter.
    Pode nos ajudar com esta petição ao IPHAN e Meio Ambiente? Já tenho 122 assinaturas.

    http://www.avaaz.org/po/petition/Pedimos_o_reconhecimento_da_Arte_Marinheira_Caicara_como_bem_cultural_e_permacultor/?flLIueb&pv=11

    Eduardo Manoel

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    1. Divulguei na minha página pessoal e tbm assinei essa bela iniciativa. Obrigado Eduardo.

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  4. Parabéns pela iniciativa, Abraços, Marcelo Ambrogi

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  5. Olá, seguem mais algumas contribuições:
    Agostinho Pereira - Vila do Sebuí (Guaraqueçaba)
    Nelson Pica-pau - Florestinha (Cananéia)
    Mias informações no sítio virtual do Museu Vivo do Fandango
    http://www.museuvivodofandango.com.br/main/home.htm
    Abs, Joana Corrêa

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  6. Boas notícias Joana, agradecemos, avise-os que vou visitá-los.
    Circuito Tambor Trincheira.

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  7. É muito bacana ver as forças de todos os apaixonados pelas canoas se juntando. E pra quem ainda não conhece, vejam só esta base de dados sobre a Canoa Caiçara de Ubatuba: http://www.costabrasilis.org.br/projetos/canoas/CanoasFrame.html, é um trabalho muito bonito e inspirador.

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  8. Nossos antigos (de Trincheira) deixaram um lição como todos demais Caiçaras:
    "...Navegando juntos chegamos a qualquer lugar...não importa o tamanho de nossas canoas, se o mar crescer, ajangadeamos umas as outras e seguimos com vela rizada, ou remo, ou memsmo drogue...".
    Conte conosco Peter.

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