Figura 2. Crianças e canoa caiçara. Foto: Paulo Nogara, Preservar é resistir.org. |
O conhecimento do ambiente, nesta perspectiva, é “(...) não de um tipo formal, autorizado, transmissível em contextos fora aqueles de sua aplicação prática. Pelo contrário, baseia-se no sentimento, que consiste nas habilidades, sensibilidades e orientações que se desenvolveram através da longa experiência de conduzir a vida em um ambiente particular” (Ingold, 2000). (DAVIDSON-HUNT e BERKES, 2003)
Desse modo, naturalmente, as crianças caiçaras através das brincadeiras vão aprendendo o passo-a-passo das artes de pesca, e quando chegam à idade adulta, profissão, modo de vida, trabalho e divertimento são aspectos indissociáveis de uma única atividade, que é a pesca artesanal. Isso, que Cechin (2008) chamou de “fluxo imaterial de bem estar”, é o que nos descreve o pescador caiçara Ronaldo, da Praia Mansa na Baía dos Castelhanos em Ilhabela, São Paulo:
“A gente nasce desde pequeno já cum... pequenininho do tamanho do... com cinco anos, a gente já tá no mar pescano com remo de duas pá, com canoa, e aí já vem, parece que entra na mente né aquilo, parece que domina a gente, é a pesca, é... a pesca é uma coisa... é, cê tem... cê pensa... cê mata uns peixe te anima sabe, cê fica aquela... a mente da gente fica outra coisa, a mente da gente num fica aquela, sobrecarregada, a mente leve, tranquila”. (BERNARDO E BIANCHI, 2009, transcrição nossa)
Trecho do texto CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ASPECTOS DE VALORAÇÃO ECONÔMICA DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS ASSOCIADOS AO CONHECIMENTO TRADICIONAL DOS PESCADORES ARTESANAIS. autor Peter Santos Németh.
Para complementar e corroborar o texto acima: https://www.youtube.com/watch?v=iaIFLA1OGhw
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